Redução de custo da Compesa só ajuda baixa renda | Raul Jungmann

Redução de custo da Compesa só ajuda baixa renda

A classe média não será beneficiada com a redução da conta de luz paga pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) desde 29 de abril último. Com a diminuição nas despesas com energia, a estatal está economizando cerca de R$ 900 mil por mês e começou a dar um desconto na tarifa social que entrou em vigor em junho.

Com a iniciativa, o cliente de baixa renda deixou de pagar R$ 8,56 por mês para ser cobrado em R$ 5,00. A expectativa era que o corte nas despesas baixasse o aumento da conta de água, já que a energia é o motivo das altas nas tarifas de água desde 2005. O aumento da conta da Compesa deste ano pode ficar próximo de 5% a partir de novembro, já que a diretoria da estatal sugeriu que o próximo reajuste seja baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que nos últimos 12 meses está acumulado em 4,84%.

Quem define o percentual de aumento da conta de água é a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe). “Até o final de agosto, vamos definir se será usado um índice de inflação ou um mix deles para compensar a inflação nos custos e serviços da Compesa”, explicou o diretor de regulação econômica-financeira da Arpe, Hélio Lopes Carvalho.

“Defendemos que seja aplicado o IPCA acumulado de novembro de 2009 a outubro de 2010, porque esse é o índice que mais acompanha as nossas despesas”, afirmou o diretor comercial da Compesa, Décio Padilha.

Ao ser questionado sobre a opção que a empresa fez para beneficiar o cliente da tarifa social depois de ter uma redução na conta de luz, o diretor informou que “isso daria centavos” se fosse dividir os R$ 900 mil economizados com a conta de energia para 1,563 milhão de clientes ativos da Compesa. “Contemplamos um grupo, que é o mais pobre e que paga a conta em dia”, explicou Padilha. O benefício também ocorreu num ano em que o governador Eduardo Campos (PSB) disputa a reeleição.