Detido por roubo de quadro de Portinari chega ao Recife | Raul Jungmann

Detido por roubo de quadro de Portinari chega ao Recife

Um dos detidos no caso do furto do quadro de Portinari, há quase um mês no Museu de Arte Contemporânea de Olinda (MAC), deve desembarcar por voltas das 19h no Aeroporto dos Guararapes/Gilberto Freyre, acompanhado do delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE), Cláudio Castro, além de um policial. Leonardo Jorge da Silva, é investigado por ter receptado a obra. O segundo suspeito, Leonardo Bispo da Silva, preso em flagrante no Rio de Janeiro ao tentar negociar a venda da tela O enterro, avaliada em torno de R$ 1,5 milhão, chegou ao Recife hoje de madrugada. Ele chegou escoltado pelo delegado de Roubos e Furtos de Pernambuco, Manuel Martins, que apura o caso.

A expectativa é de que a tela furtada, que ainda permanece no setor de perícia da Polícia Federal do Rio, só retorne ao estado na próxima semana. O juiz Alcides da Fonseca Neto, da 11ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, já autorizou a liberação do quadro. De acordo com o delegado Manuel Martins, a polícia ainda não pode detalhar a participação de cada um dos suspeitos no roubo do quadro, nem se o crime teria sido encomendado.

Os dois detidos no caso não foram autorizados a embarcar em um mesmo voo por razões de segurança. De acordo com a Instrução de Aviação Civil (IAC), número 107-1005, regulamentada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), só é permitido transportar um preso sob custódia em aviação comercial e acompanhado de dois policiais.

Inquérito – Ontem, antes de vir ao Recife depois de passar duas semanas na operação que resultou na apreensão da obra, o delegado Manuel Martins disse que o próximo passo será concluir o inquérito e fazer novos interrogatórios.

Uma das 17 pessoas, entre visitantes e funcionários que estavam no dia do furto – último dia 13 do mês passado, véspera da ausência do quadro ser notada – teve as impressões digitais identificadas no laudo entregue pelo Instituto Tavares Buril (ITB) na fita adesiva usada pelo bandido. Uma das hipóteses é que o ladrão tenha entrado pela porta da frente do museu e, num momento de distração dos seguranças, levado a tela embora. Dois guardas faziam a vigilância na hora do crime. Oito pessoas que estiveram naquele dia já foram identificadas pela polícia.

O quadro O enterro, recuperado pela polícia, mede 24,5 cm por 33,5 cm e pertence à fase azul (1901-1904) do artista, que trata de temas como solidão e morte. Quando chegar, a tela deve ficar sob custódia da polícia já que o MAC permanece fechado à espera das obras de adequação e reforço da vigilância interna. Segundo a Fundarpe, a reabertura do local está prevista para setembro.