Um som bem familiar em todo o nordeste brasileiro. O chocalho é feito de metal e contém um badalo semelhante a uma campainha, ele é colocado no pescoço do gado para facilitar a localização do rebanho, uma tradição milenar que ainda hoje é utilizada.
É na Vila Santa Tereza, na zona rural de Agrestina, principal produtora de chocalhos do país, que estão reunidos os produtores desse artifício. Cerca de 400 pessoas que vivem no lugar tiram o sustento da produção de chocalhos, uma tradição que passa de geração para geração.
“Eu aprendi com os meus avós e hoje nem sei quantos desses eu faço por dia, acordo as duas horas da manhã e trabalho até as cinco da tarde todos os dias só fazendo chocalho”, disse o artesão José Serafim.
O processo de fabricação é todo artesanal, depois que eles estão prontos vão para o forno, é com a alta temperatura que eles ganham a cor e o som e cada um deles sai com um som diferente.
“É muito interessante, eles são feitos todos iguais mas o som é diferente, nunca saem dois com o mesmo som, isso faz com que o vaqueiro conheça cada animal pelo barulho”, explicou Cirilo Silva, que também é artesão.
Os chocalhos fabricados em Agrestina são vendidos para todo o país, o que impulsiona a economia local.
“É uma produção muito importante para a cidade e a região e pela qualidade do produto muita gente vem de toda parte para comprar os chocalhos daqui, isso significa emprego e renda”, concluiu Alberto Wagner, secretário de Cultura de Agrestina.