A expectativa é de que a tela furtada, que ainda permanece no setor de perícia da Polícia Federal do Rio, só retorne ao estado na próxima semana. O juiz Alcides da Fonseca Neto, da 11ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, já autorizou a liberação do quadro. De acordo com o delegado Manuel Martins, a polícia ainda não pode detalhar a participação de cada um dos suspeitos no roubo do quadro, nem se o crime teria sido encomendado.
Os dois detidos no caso não foram autorizados a embarcar em um mesmo voo por razões de segurança. De acordo com a Instrução de Aviação Civil (IAC), número 107-1005, regulamentada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), só é permitido transportar um preso sob custódia em aviação comercial e acompanhado de dois policiais.
Inquérito – Ontem, antes de vir ao Recife depois de passar duas semanas na operação que resultou na apreensão da obra, o delegado Manuel Martins disse que o próximo passo será concluir o inquérito e fazer novos interrogatórios.
Uma das 17 pessoas, entre visitantes e funcionários que estavam no dia do furto – último dia 13 do mês passado, véspera da ausência do quadro ser notada – teve as impressões digitais identificadas no laudo entregue pelo Instituto Tavares Buril (ITB) na fita adesiva usada pelo bandido. Uma das hipóteses é que o ladrão tenha entrado pela porta da frente do museu e, num momento de distração dos seguranças, levado a tela embora. Dois guardas faziam a vigilância na hora do crime. Oito pessoas que estiveram naquele dia já foram identificadas pela polícia.
O quadro O enterro, recuperado pela polícia, mede 24,5 cm por 33,5 cm e pertence à fase azul (1901-1904) do artista, que trata de temas como solidão e morte. Quando chegar, a tela deve ficar sob custódia da polícia já que o MAC permanece fechado à espera das obras de adequação e reforço da vigilância interna. Segundo a Fundarpe, a reabertura do local está prevista para setembro.