Jungmann no Frente a Frente: ”Quem morre na cama é covarde” | Raul Jungmann

Jungmann no Frente a Frente: ”Quem morre na cama é covarde”

“Não entrei na política para viver no conforto”. É com essa máxima que o candidato ao Senado Raul Jungmann(PPS) justifica a disposição para o desafio de enfrentar eventuais adversários que poderão se tornar campeões de votos na eleição de outubro, como Humberto Costa(PT) e até mesmo Armando Monteiro Neto(PTB). Complementando a frase dizendo que “quem morre na cama é covarde”, Raul integra a chapa oposicionista encabeçada pelo senador Jarbas Vasconcelos(PMDB) que vai enfrentar o governador Eduardo Campos(PSB) pelo governo de Pernambuco. Falando no programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro e transmitido por trinta emissoras de rádio por todo o Estado, Jungmann explica o porquê de ter decidido deixar uma reeleição quase certa de deputado federal para, aceitando convite de Jarbas e aliados, enfrentar o cobiçado Senado. A entrevista faz parte de uma série que o programa vem fazendo com todos os candidatos.

Parte em desvantagem – Costumo dizer que quem morre na cama é covarde. Não entrei na política para viver no conforto, mas para trabalhar nas coisas em que acredito. Reconheço que parto em desvantagem por entrar na disputa muito depois dos outros.

Exemplos: Veja que Humberto Costa disputou quatro ou cinco campanhas majoritárias, tem grau de conhecimento elevado;  Armando Monteiro conta com o apoio da grande estrutura propiciada pelo SESI, SENAI, Instituto Euvaldo Lodi, CNI, Fiepe, sendo aqui em Pernambuco líder máximo do PTB, com o tempo que lhe permite o rádio e a TV. Isso sem falar de Marco Maciel, que já foi praticamente tudo na política brasileira, e se desempenhou muito bem. Isso só aumenta o tamanho do meu desafio.

Suas armas

Lembro duas coisas a meu favor: Primeiro, nunca disputei cargo majoritário em Pernambuco, sou desconhecido por algo em torno de 30 a 40% dos eleitores; isso quer dizer que um em cada dois eleitores ainda não me conhecem. Significa uma margem para crescimento boa, desde que haja volume de comunicação, desde que essa comunicação seja correta. De todos os candidatos sou  o único que não tem o nível de conhecimento por parte do eleitor chegando à saturação, e isso, teoricamente, é espaço para crescer.

Em segundo lugar, sou candidato ao Senado há pouco mais de trinta dias e já alcancei dois dígitos nas pesquisas. Citar isso não significa nenhum salto alto, pelo contrário, não há nenhum ufanismo, mas, sobretudo, uma perspectiva muito realista de que embora tenha sido o último a entrar na disputa há espaço para crescer, e estou preparado para isso.

Por que já dois dígitos nas pesquisas

Pelo que tenho realizado ao longo da minha vida pública. Cito outro dado: segundo a última pesquisa Datafolha, tenho 25% aqui no Recife, ou seja, um em cada quatro eleitores aqui manifesta intenção de votar em mim. Na Região Metropolitana esse indicador deve ser menor, mas não muito. O que quer dizer que esse espaço recifense-metropolitano indica que minha candidatura aqui vai bem. O que ela precisa é ganhar musculatura no interior.

Como conquistar o resto do Estado

Tenho um caixote, uma tribuna que uso para sair por aí falando, dialogando com o povo pernambucano nas ruas. Essa tribuna, que será agora o Expresso 232, vai se transformar numa caravana que percorrerá praticamente todo o Estado, lembrando ao pernambucano tudo que realizei na minha vida pública, participando de empreendimentos como o Pronaf, o maior programa de alívio da pobreza no mundo, como ministro ter participado da implantação do maior projeto de reforma agrária que o país já teve, além de ações como o seguro safra, luta contra a violência, pelo ambiente, direitos humanos, enfim um conjunto de ações das quais muitas serão visitadas agora para ver como é que estão.

Se não se eleger

Embora não trabalhe com essa hipótese, se vier a ocorrer, encaro com a maior e mais absoluta tranqüilidade. Irei procurar emprego, trabalhar, que é o que tenho feito desde os 14 anos de idade, como Office boy, ajudante de eletricista. Dos meus 58 anos de idade tenho mais de 40 de batente. Não tenho nenhuma dificuldade de enfrentar o mercado de trabalho. Mas não vou abandonar a vida política em nenhuma hipótese, porque faço isso desde os tempos da resistência à ditadura.